O fato mais recente aconteceu em frente ao Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre/RS, na quarta-feira, dia 23 de outubro de 2024, quando o repórter cinematográfico Rivelino Almeida estava fazendo uma matéria, junto com sua colega Jéssica Kasperpara, para o Jornal da Pampa, da Rede Pampa de Comunicação. Percebendo a briga de dois guardadores de veículos, ele começou a filmar a situação quando essas pessoas resolveram agredir o profissional jogando um banco que quase quebrou o seu braço. Os primeiros socorros foram prestados no próprio Instituto de Cardiologia e os ferimentos deixaram o colega imobilizado sem poder fazer o básico: realizar o seu trabalho. Essa é a consequência dessa imprudência que precisa acabar. Uma imprensa livre e responsável é ponto chave para o fortalecimento de nossa democracia.

 

As entidades sindicais e associativas de comunicação do Rio Grande do Sul já denunciam, há algum tempo, atos covardes contra as nossas categorias de jornalistas e de radialistas pelo simples motivo de estarem produzindo seus conteúdos que desagradam alguns que, normalmente, demonstram descontentamento por serem denunciados por práticas ilegais e ou agressivas. Mas a reação de ataque jamais será a resposta correta para questionar qualquer ato. Que o aumento da violência já preocupa a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre (STIGPOA), a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado (ARFOC/RS) e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) não é novidade. E o fato de denunciar essas práticas serve como alerta para que a população tome consciência de que nós, profissionais da comunicação, precisamos ter garantido o direito de produzir conteúdos para bem informar a população e contribuir para a manutenção de nossa tão duramente conquistada democracia. É por isso que existem as importantes campanhas nacionais como a do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) – Calar Jamais!

 

Os repórteres cinematográficos e fotográficos, que são responsáveis pela captação, fotografias, áudios e linguagem das imagens das reportagens do telejornalismo e/ou dos programas de produção, precisam ter a liberdade de, em conjunto com radialistas e jornalistas, exercerem sua função sem serem agredidos ou terem as suas atividades profissionais tolhidas pelo descontentamento de quem é o objeto da matéria. Nada justifica a violência nem a hostilidade diante de um profissional no exercício da sua profissão. A Fenaj, o SindJoRS, o Sindicato dos Radialistas, o STIGPOA, a ARFOC e a ARI se solidarizam com o colega Rivelino Almeida, da @rivapontodevista.

 

As entidades sindicais e associativas estão preocupadas com a crescente onda de agressão contra a nossa categoria e continuam lutando para estimular um jornalismo diverso, plural e ético. Não podemos, e muito menos devemos, banalizar esse tipo de prática. Será o mesmo que incentivar essas atitudes e passar o recado de que, com violência, podemos resolver questões importantes e do dia a dia de nossa sociedade. O diálogo é, e sempre será, a melhor forma de solucionar conflitos ou contrariedades.

 

Texto: Laura Santos Rocha/Diretoria SindJoRS