A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), em conjunto com o Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul, têm recebido diversas denúncias de assédio moral contra profissionais da Rádio Guaíba.
A Fenaj, o SindJoRS e o Sindicato dos Radialistas repudiam toda forma de intimidação, ataques frontais, desrespeito e manifestações de desacato aos jornalistas e radialistas, fatos que têm sido constantemente comprovados, ao vivo, em sua programação.
Nos últimos anos, a emissora vem maculando sua história de zelo pela democracia, pela divergência de opiniões e pelo espaço para o contraditório. O slogan Informação com Credibilidade tem sido esquecido, especialmente, quando se trata de respeitar seus profissionais, que vêm sendo afastados ou tiveram seus espaços no ar reduzidos ou, ainda, sofrem perseguição.
Os casos têm sido constantes e até já se estendem aos ouvintes, que, inconformados, reclamaram nos canais de comunicação da empresa. Comentários contrários ao comportamento dos seus apresentadores também vêm sendo ocultados.
Causou-nos especial perplexidade ouvir o programa “Agora” desta terça-feira, 27 de dezembro de 2022, e testemunhar as agressões que a mesa do programa dirigiu ao correspondente em Brasília, Fabio Marçal, constantemente interrompido, ridicularizado e atacado, pessoalmente, pelos âncoras e apresentadores.
O profissional, com mais de 30 anos na empresa, é impedido de relatar os fatos da capital federal, simplesmente, por não concordar com a linha editorial que vem sendo imposta pela emissora, integrante da Rede Record no Rio Grande do Sul.
A Rádio Guaíba também está bloqueando ouvintes, nas suas redes sociais, por divergirem da opinião predominante de apoio ao atual Governo Federal. Em um Estado Democrático de Direito, mesmo adotando uma linha editorial pró-governo, não se admite a defesa de atos antidemocráticos e seu incentivo em uma emissora de rádio, que é uma concessão pública. Mais grave, ainda, é expor seus profissionais ao ridículo e ao descrédito.
Estamos acompanhando o caso e temos prints das redes sociais da própria emissora com registros da indignação dos ouvintes relativos ao desrespeito ao correspondente da Guaíba em Brasília, além dos casos relacionados a outros profissionais já afastados da emissora.
A Fenaj e os sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas repudiam toda forma de assédio moral e censura, ao mesmo tempo em que se solidarizam com os jornalistas e radialistas da empresa.
ASSÉDIO MORAL
As direções das três entidades esperam que as características dos fatos ocorridos na empresa, e em sua programação, não sejam usados como formas de dominação e controle, dentro de uma estratégia sistemática que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física dos profissionais, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho.
Samira de Castro
Presidenta da Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj
Laura Santos Rocha
Presidenta do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS
Antonio Ricardo Malheiros
Presidente dos Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul
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