As centrais sindicais no Rio Grande do Sul lançaram nesta sexta-feira (21) uma nota conjunta contra o assédio eleitoral e em defesa da democracia. O texto foi aprovado por consenso em reunião ocorrida na sede da CUT-RS, no centro de Porto Alegre.
O documento é uma resposta ao aumento exorbitante do número de denúncias de coação contra trabalhadores e trabalhadoras, violando o direito de voto livre e secreto no segundo turno das eleições, no próximo dia 30.
Segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT), já foram registradas até as 15h desta quinta-feira (20) um total de 903 denúncias, atingindo 750 empresas de todo o país. Em comparação às eleições de 2018, isso representa um aumento estrondoso de 325%, enquanto o crescimento do número de patrões denunciados é de 665%.
No texto, as centrais “repudiam a onda de assédio eleitoral promovida por empresários inescrupulosos que não têm compromisso com as liberdades democráticas e com a lei. Exigimos a sua rápida responsabilização por parte das instituições, como o Ministério Público e o Judiciário, para que possamos ter eleições verdadeiramente livres”.
“Trabalhadores e trabalhadoras: não se deixem intimidar! Seu voto é livre e secreto. Denunciem qualquer coação ao Ministério Público do Trabalho (https://mpt.mp.br)”, orienta a nota das centrais
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, afirma que “é uma nota de repúdio aos atos de coação feitos por empresários inescrupulosos do Rio Grande do Sul que vêm constrangendo os trabalhadores e as trabalhadoras como nunca se viu antes”.
“O voto é livre e secreto. Assédio eleitoral é crime e nós não aceitamos qualquer forma de intimidação para cabrestear os votos da classe trabalhadora e atacar a democracia”, enfatizou Amarildo.
Clique aqui para acessar o PDF da nota das centrais
Leia a íntegra do texto!
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS NO RIO GRANDE DO SUL CONTRA O ASSÉDIO ELEITORAL E EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Estamos diante de uma grande oportunidade de mudar os rumos do país. O Brasil possui todas as condições de ser uma nação próspera. Suas riquezas e potencialidades são imensas.
No entanto, a fome, o preço alto dos alimentos, o descaso com a pandemia, a escassez de empregos decentes, a violência e a falta de perspectivas para os nossos filhos e filhas existem porque as elites e o atual governo insistem em defender a desigualdade, o atraso, a exclusão social e a retirada de direitos, inclusive com o anúncio do ministro da Economia, Paulo Guedes, de não repasse anual da inflação no salário mínimo e nas aposentadorias e pensões nos próximos 4 anos.
As Centrais Sindicais no Rio Grande do Sul repudiam a onda de assédio eleitoral promovida por empresários inescrupulosos que não têm compromisso com as liberdades democráticas e com a lei. Exigimos a sua rápida responsabilização por parte das instituições, como o Ministério Público e o Judiciário, para que possamos ter eleições verdadeiramente livres.
Trabalhadores e trabalhadoras: não se deixem intimidar! Seu voto é livre e secreto. Denunciem qualquer coação ao Ministério Público do Trabalho (https://mpt.mp.br)! Assédio eleitoral é crime! Com o seu voto consciente e soberano, construiremos um país mais democrático e justo, menos desigual, com trabalho digno e mais direitos.
Porto Alegre, 21 de outubro de 2022.
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Força Sindical
UGT – União Geral dos Trabalhadores
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
CSP-Conlutas
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Pública – Central do Servidor
Fórum Sindical e Popular
Foto: Carolina Lima / CUT-RS | Fonte: CUT-RS