Diretoras e diretores do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) compareceram ao ato 8M Unificado.  

 

Em Porto Alegre, na Capital do Rio Grande do Sul, diretoras e diretores do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) compareceram ao ato 8M Unificado organizado pela Central Única das e dos Trabalhadores (CUT-RS), sindicatos cutistas, movimentos feministas e sociais. Com o lema “Pela Vida de Todas as Mulheres”, essa mobilização foi um grito por direitos, dignidade e respeito às mulheres gaúchas denunciando as diversas violências que recaem sobre as mulheres. Muitas entidades, dos mais diversos ramos, encaminharam suas e seus representantes, a maioria composta de mulheres, para dizer basta aos atrasos e retrocessos dessa nossa sociedade machista e para defender um constante alerta contra o aumento do facismo. Em outras cidades, como Gravataí e Pelotas, o SindJoRS também estava presente representado pelas suas colegas jornalistas de diretoria.

 

Por isso nos somamos aos movimentos de mulheres do país e do mundo na luta contra a exploração no mundo do trabalho, por condições dignas, igualdade de direitos, contra as guerras e em defesa da democracia. Fomos às ruas neste Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. É por todas e também por cada uma de nós.

 

Desde que Clara Zetkin propôs, em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de uma jornada de manifestações, o mundo vê as mulheres se manifestarem no mês de março por condições dignas de trabalho, por licença maternidade, pelo direito ao voto, contra a fome e contra as guerras, e tantas outras bandeiras que já levantamos. Sabemos que nunca foi só por cada bandeira específica. Abraçamos desde sempre as grandes lutas da humanidade, porque exatamente como identificou Simone de Beauvoir, basta uma crise para que os direitos das mulheres sejam os primeiros a serem questionados e atacados. E neste tempo onde a ameaça do fascismo se ergue novamente, cá estamos lutando mais pela preservação de direitos já conquistados do que no avanço deles.

 

Segundo a pesquisa “Situação das Trabalhadoras da Imprensa na América Latina e no Caribe – 2023”, com foco no Brasil, 62% das jornalistas brasileiras afirmam precisar acumular mais de um emprego para garantir a renda necessária. 48% relatam que colegas homens recebem salários superiores mesmo exercendo funções equivalentes. A desigualdade salarial e a precarização das profissionais jornalistas é explícita. A mesma pesquisa diz também que 65% das entrevistadas no Brasil já sofreram violência de gênero, seja assédio moral ou sexual, e 53% disseram ter seu trabalho questionado de maneira diferenciada em relação aos colegas homens, reforçando a desvalorização do trabalho feminino. No ambiente digital, 47% das profissionais afirmam ter sido alvo de ataques ou ameaças on-line.

 

Protocolos ou políticas institucionais para lidar com a violência e a discriminação de gênero ainda são uma raridade, e atingem apenas 22% da categoria, segundo as jornalistas entrevistas, parecendo ser mesmo um “privilégio”. Não surpreende que 78% defendam a ampliação da participação feminina nos espaços de decisão dos sindicatos e associações. Daqui do lado de quem está no Sindicato, precisamos mesmo de mais companheiras se somando na luta.

 

Neste 8 de março, sob o lema “Lute como uma jornalista – Por uma mídia com igualdade de gênero e um futuro igualitário”, a FENAJ e o SindJoRS reafirmam seu compromisso em promover mudanças concretas, e convocamos as profissionais a se unirem e lutarem por medidas que incluam a equiparação salarial, a implementação de protocolos de proteção e o fortalecimento da representatividade feminina em todos os níveis decisórios.

 

Texto: Niara de Oliveira / Diretoria SindJoRS

 

🔝🌼💯📸 Acompanhe, abaixo, os registros fotográficos do diretor do SindJoRS Jorge Leão: