Objetivo da data também é fortalecer o ‘Fora, Bolsonaro’ e lembrar as 100 mil mortes por Covid-19 que o país vai atingir esta semana. FENAJ orienta que Sindicatos de Jornalistas apoiem as atividades programadas pelas centrais sindicais em seus estados

 

A CUT e as demais centrais sindicais realizam na próxima sexta-feira, dia 7 de agosto, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos. A data deverá ser marcada por paralisações de 100 minutos nos locais de trabalho como protesto pela morte de 100 mil brasileiros e brasileiras, vítimas do novo coronavírus (Covid-19), número que deverá atingido ainda esta semana, se o país mantiver o patamar de mais mil vidas perdidas diariamente. Além do protesto contra as mortes, haverá outras manifestações, articuladas entre as centrais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.

 

Em circular enviada aos Sindicatos filiados, a diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) encaminhou o material de divulgação da mobilização dos/das trabalhadores/as contra o governo Bolsonaro e sua política de genocídio do povo pobre do país. “Pedimos empenho na divulgação, por meio dos sites, blogs e redes sociais dos Sindicatos filiados e também dos/das dirigentes. Para que a mobilização ganhe força e penetração na sociedade”, afirma a presidenta da entidade, Maria José Braga, ao passo em que solicita aos Sindicatos de Jornalistas que apoiem as atividades programadas pelas centrais sindicais em seus estados.

 

Para a CUT, governo ignora a pandemia
A defesa da vida só se consegue com o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que menosprezou a pandemia e ignorou as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades da área da saúde, como o uso de máscaras e o isolamento social, fora do poder. A afirmação é da Secretária- Geral da CUT, Carmen Foro. Para ela, essas 100 mil mortes poderiam ter sido evitadas, mas a falta de uma coordenação nacional para combater a pandemia e a pressa do governo e de parte do empresariado em reabrir a economia estão levando a um genocídio da população brasileira.

 

“Precisamos dizer em alto e bom som que não sairemos desta crise com Bolsonaro no poder. É fundamental denunciarmos as 100 mil mortes e principalmente pedirmos providências contra este governo que aprofunda a crise por irresponsabilidade, por não ter tomado medidas sanitárias e econômicas adequadas ao enfrentamento da pandemia”, diz Carmen.

 

O governo não toma providências necessárias contra a pandemia e ainda transfere aos governadores e prefeitos o custo de suas ações, incluindo o desmonte da saúde pública, complementa a secretária de Mobilização e Movimentos Sociais da CUT Nacional, Janeslei Albuquerque.

 

“Bolsonaro é a morte. Ele já fez o cálculo político do quanto custaria milhões de mortes e percebeu que não vai pagar por isso. Se morrerem um milhão de pessoas e 10 familiares e amigos de cada morto se indignar, ainda assim serão apenas 10 milhões de pessoas que não conseguirão colocar outro candidato num segundo turno eleitoral, e este cálculo ele já fez, como bem disse o articulista do jornal Folha de São Paulo, Celso Rocha de Barros”, diz Janeslei.

 

A tragédia que se abate no país também atinge, além da centena de milhares de vidas perdidas, a classe trabalhadora, a soberania nacional e a democracia, já que o governo Bolsonaro vem sistematicamente entregando as riquezas brasileiras ao capital externo, promovendo processos de privatização com graves prejuízos à Nação, retirando direitos dos trabalhadores, sem gerar emprego e renda e, por isso, o lema do dia 7 é também em defesa dos empregos.

 

“O dia de luta vai marcar politicamente a importância da pressão sobre este governo frente ao crescimento do desemprego que já atinge 12,4 milhões de pessoas, e também para dizer não ao desmonte do patrimônio público e as privatizações“, defende Carmen Foro.

 

E este alto índice de desemprego e o aprofundamento da crise econômica têm sido utilizados por Bolsonaro como desculpas para retirar ainda mais direitos dos trabalhadores e, pior fazer com que a população se volte contra as medidas de isolamento social, avalia Janeslei.

 

“Bolsonaro manobra para que as pessoas achem normal voltar ao trabalho, mesmo sem direito algum, para fazer reformas que só interessam ao capital internacional”, diz a dirigente.

 

Para ela, Bolsonaro é calculista e já deixou claro que não é patriota porque vem sistematicamente destruindo a soberania nacional, entregando nossas riquezas a empresas e governos estrangeiros num patamar nunca visto desde o período colonial, como reza a cartilha do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

 

“Essa é a ideia que o presidente tem do Brasil. Sua única preocupação é proteger sua família das denúncias de envolvimento com a milícia. Mas, enquanto Guedes, articulado com o sistema financeiro, defende os interesses internacionais, Bolsonaro continua no poder alimentado também pelo gabinete de ódio que espalha fake news, deturpando os ideais de democracia, à medida em que as pessoas agem influenciadas por uma campanha de mentiras que orientou suas decisões na última eleição. Isto é sequestrar a soberania popular”, avalia Janeslei.

 

O 7 DE AGOSTO É DIA DE RECUPERAR A DEMOCRACIA E SALVAR VIDAS PORQUE BOLSONARO SIGNIFICA UM GOVERNO DE GENOCÍDIO

– Janeslei Albuquerque

 

Os representantes das entidades e movimentos sociais, bem como as centrais sindicais, definiram alguns desafios políticos e organizativos, para potencializar a Campanha ‘Fora, Bolsonaro’ com as seguintes bandeiras:

– Repudiar a iniciativa de prefeitos e governadores que já planejam e até fixaram data para retorno presencial dos alunos às aulas;

– Exigir das autoridades os equipamentos de proteção individual e coletivo para os trabalhadores das categorias essenciais, em especial os da área de saúde;

– Lutar pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00, no mínimo, até 31 de dezembro de 2020;

– Ampliar as parcelas do seguro desemprego;

– Liberar crédito para as micro e pequenas empresas;

– Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS);

– Agir para que o Congresso Nacional derrube os vetos presidenciais que impedem a garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras e seus sindicatos, por meio da ultratividade, dos acordos e convenções coletivas de trabalho.

 

Em comunicado às Estaduais, ramos da CUT e sindicatos, Carmen Foro e Janeslei Albuquerque, após reuniões de articulação com o Fórum das Centrais, orientam, em nome da direção CUTista, além da paralisação de 100 minutos nos locais de trabalho, a realização de ações simbólicas nas principais cidades do Brasil denunciando a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia.

 

Entre as sugestões estão a instalação de cruzes brancas em locais de grande circulação de pessoas ou em pontos turísticos das cidades, circundando uma faixa (da cor preta) com a inscrição Fora Bolsonaro (em branco).

 

Realizar ações nas ruas com a identidade visual da campanha como colagem de lambe, “adesivaços”, faixas em viadutos e circular com carro de som nas comunidades. Todos esses materiais estão disponíveis em um kit mídia no site da Campanha (https://www.campanhaforabolsonaro.com.br/)

 

Organizar carreatas pelas principais avenidas com carros identificados com a campanha Fora Bolsonaro, conduzidos por um carro de som. Todas as ações acima devem respeitar os cuidados sanitários e de distanciamento social.

 

Estimular que todas as pessoas coloquem um pano preto nas janelas de suas casas como simbologia de adesão à campanha e, por fim, participar e divulgar o tuitaço que será realizado às 11 horas do dia 07 de agosto.

 

Fonte: Fenaj com informações da CUT Brasil